domingo, 11 de maio de 2014

Patriots: Análise do Draft



Não foi um Draft perfeito, algumas posições foram deixadas para a UDFA, como depth de LBs e TEs, mas ainda saímos no saldo positivo. Encontramos um parceiro para Wilfork e um QB para o futuro, começamos a renovação da offensive line, e aumentamos o depth de RB, edge rusher e S. A última escolha foi feita pela estratégia de pegar o melhor jogador disponível, temos muitos WRs no elenco, mas Gallon tinha maior valor que qualquer outro ali, e pode substituir Amendola no próximo ano devido ao seu alto salário.

PS: Cliquem no nome para abrir a página com tapes dos jogadores


29. Dominique Easley, DT, Florida

Um jogador versátil e explosivo. Easley pode ser movido para qualquer posição da DL, porém é melhor como 3-technique. Tem um primeiro passo extremamente rápido, permitindo rápida penetração. Sua velocidade e agilidade lateral resultam em muitas faltas ofensivas. Localiza bem o running back, tem mão ativas para se livrar do bloqueio e tem um motor de elite. Seu número de sacks não faz juz à sua produção, ele facilita muito o trabalho de seus companheiros para terminarem a jogada. Não tenho dúvidas de que Easley era um dos 10 mais talentosos desse draft, sobrou pra 29a escolha pois sofreu ACL nos 2 joelhos, mas ele recebeu liberação médica. E para os que acham que daria para escolhe-lo mais tarde, foi reportado que ele era o alvo do Seahawks na 32. Foi uma excelente escolha e formará uma grande dupla com Wilfork.



62. Jimmy Garoppolo, QB, Eastern Illinois

Sim, um QB no 2o dia foi decepcionante. Mas não porque ele é ruim (muito pelo contrário), e sim porque irá demorar para se tornar titular. Garoppolo é um QB de escola pequena, da FCS (2a divisão), mas que mostrou suas qualidades não somente durante a temporada, como no processo pré-draft também. Foi destaque no Shrine Game e com isso foi convidado para o Senior Bowl, onde foi o QB mais impressionante novamente. Seu release é algo lindo de se ver, o mais rápido que já vi, e também bota boa velocidade no lançamento. Se sente confortável mesmo quando sai do pocket, tem bom lançamento em movimento e mostra tremendo comando do ataque. Num sistema como o do Patriots de leituras mais fáceis, Garoppolo tem tudo para brilhar. Não tem um passe longo tão bom, mas não é grande problema. É inteligente e tem alto football IQ, faz leituras rápidas e manipula bem a defesa com os olhos e pump fakes, contudo às vezes toma riscos desnecessários e precisa proteger melhor a bola no pocket, sofreu alguns fumbles. Fico feliz que tenham escolhido ele para ser o futuro substituto de Brady, tem um grande upside e não precisa de tanto desenvolvimento como outros do draft.



105. Bryan Stork, C, Florida State

É um center bem grande: 1.93 m e 143 kg, por isso é capaz de lidar com os igualmente grandes defensive linemen que enfrentará na AFC East, principalmente contra Bills e Jets. É difícil de move-lo, porém ele não é muito atlético, não se movimenta bem. Não é sempre bonito, mas consegue fazer seu trabalho, mascara suas deficiências atléticas com sua inteligência e esforço. É agressivo e extremamente esforçado. Faz as chamadas na linha e identifica bem a maioria das blitzes, mas às vezes se atrasa nas mais complicadas. Tem experiência em todas posições da OL, o que mostra seu alto football IQ. Competirá com Ryan Wendell pela vaga de titular esse ano, mas ,mesmo que não ganhe de imediato, espero que em algum ponto isso aconteça.



130. James White, RB, Wisconsin

Esperava um RB com maior upside, mas White foi uma boa escolha. Para quem sofre com o problemas de fumbles do Ridley, White é uma boa mudança, sofreu fumble em apenas 0.4% das vezes que tocou na bola em Wisconsin. Essa porcentagem é absurda. É um corredor eficiente com uma combinação de paciência e tomada de boas decisões, mas não tem tanta velocidade para conseguir home runs. Tem bom balanço e agilidade lateral para conseguir múltiplos cortes. Tem mais força do que suas características físicas sugerem e sabe como chegar a end zone, porém não tem uma base tão forte para empurrar bloqueios em situações de poucas jardas. Mediano recebedor, tem mãos pequenas e dropou alguns passes, mas mostrou habilidade para fazer recepções sem usar o corpo. Não é grande ameaça de big-play após recepção. White foi um RB complementar em Wisconsin, primeiro com Montee Ball e depois Melvin Gordon, deve ter a mesma função no Patriots.



140. Cameron Fleming, OT, Stanford


Essa foi uma escolha curiosa, Patriots precisava de reservas para a posição, mas é difícil ficar animado com a escolha de um jogador que você espera que não precise entrar tanto em campo. As costas de Vollmer são uma preocupação para o longo prazo, mas Fleming pode ser movido para RG também se preferirem, apesar de não ser sua posição ideal. Fleming é um "mauler", ganha a disputa com seu tamanho e força (1.96 m e 149 kg). É bastante efetivo em áreas menores, mais espaço significa mais problemas, pois não tem muita velocidade nos pés ou agilidade lateral. Não é um produto terminado, precisa de desenvolvimento, mas tem um tamanho e colisão que não são ensinados, além disso tem boa consciência sobre suas tarefas, é extremamente inteligente. Ele teria se beneficiado bastante se Scarnecchia ainda estivesse no Patriots, precisa desenvolver seus fundamentos, mas tem totais condições de se tornar um bom RT.



179. Jon Halapio, OG, Florida

Para variar, Patriots foi com o melhor jogador disponível, Belichick disse que se surpreendeu por ele ainda estar disponível naquele momento. Halapio foi titular em 43 jogos, quase todos como RG, é uma força no interior. Tem uma boa ancora e ganha com sua força. É robusto e agressivo como Stork, vão se entender bem. Se sustenta bem no pass protection quando consegue o bloqueio, mas é inconsistente nessa área e não é ágil o suficiente para se safar quando não coloca as mãos por dentro. Tem um extenso histórico de lesões, mas , como diriam os americanos, é um "tough son of a bitch" e joga mesmo com dores. Esses 3 jogadores escolhidos para a OL me levam a imaginar que o Patriots mudará para um sistema de power blocking ao invés de zone.



198. Zach Moore, DE, Concordia

Patriots precisava de mais edge rushers, Will Smith já tem certa idade e o único outro reserva é Buchanan. Moore usa seus longos braços para pressionar offensive tackles e empurrá-los até o QB. Também mostra flashes de habilidade para controlar bloqueadores ao defender a corrida e mostra esforço acima da média na perseguição. Tem excelente upside devido à sua combinação de altura, peso e velocidade. Nível de competição certamente é uma preocupação, mas ele se destacou como um jogador da NFL deveria naquele nível.



206. Jemea Thomas, DB, Virginia Tech


Thomas é um dos mais versáteis defensive backs do Draft 2014. Ele jogou em todas posições da secundária e tem experiência em diferentes esquemas de marcação. Gosta de jogar não muito longe da linha de scrimmage e de fazer seu impacto no jogo corrido ser sentido, é bastante físico. Tem alcance o suficente para fornecer suporte no fundo, mas é bem melhor no zone coverage. Seus instintos no zone são quase elite, lê bem o QB e as rotas, raramente é pego fora de posição e tem excelente timing nas blitzes. É apaixonado pelo jogo e sua fisicalidade. É projetado para o nickel e special teams na NFL devido ao seu tamanho.



244. Jeremy Gallon, WR, Michigan

Gallon teve uma produção fantástica no último ano, batendo inúmeros recordes de Michigan. Joga muito maior do que seu tamanho, não tem medo de ir para o meio, tem boa impulsão para fazer recepções no alto entre defensores. É um bom corredor de rotas e tem uma incrível habilidade para se encontrar sempre livre. Tem excelentes mãos e, apesar de não ser tão rápido, é bem ágil e consegue se livrar de defensores quando tem espaço. Não é limitado apenas para o slot apesar do tamanho, pode ser produtivo na ponta também. Além disso pode servir como retornador de punts.


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